Em 1950, a expectativa mundial de vida ao nascer era de 45,7 anos, calculada pela ONU. Como hoje, havia diferenças marcantes entre os países, de acordo com seu estágio de desenvolvimento, e a Noruega era o país com a expectativa de vida mais alta, com 72,3 anos. Em 2019, a média mundial atingiu 72,6 anos, superando o que era a realidade apenas do país mais longevo de então. Ainda que a diferença entre os países se mantenha uma realidade, é impressionante a evolução em todos os países: ganhamos quase 4 anos a cada década.
Quantos centenários você conhece? Se é como eu, provavelmente ainda poucos. Em 1963, o Japão introduziu a prática de presentear os cidadãos que completavam 100 anos naquele ano com um conjunto para saquê, o
sakazuki. Foram homenageados 153 japoneses, então. Em 2014, 29350 japoneses tornaram-se centenários, e com este crescimento de 190 vezes, a prática do
sakazuki
foi abandonada. Esta história está contada em “The 100-Year Life”, que minha querida professora Lynda Gratton escreveu em parceria com Andrew Scott.
O livro analisa os impactos que uma vida mais longa está trazendo para a sociedade, e a questão dos centenários está também relacionada com a forma como a expectativa de vida é calculada. Nos cálculos usados no início deste artigo, a expectativa de vida a partir dos 50 anos de alguém que nasce hoje é a mesma de quem hoje tem 50 anos, o que significa que o cálculo subestima a evolução da longevidade que beneficiará a criança, no futuro, embora esta evolução tenha sido constante. Há uma segunda metodologia em que isso é levado em conta: neste cálculo, os bebês nascidos em 2007 no Japão teriam 50% de probabilidade de viver mais do que 107 anos. E não só no Japão: países como Estados Unidos, Canadá, França, Itália e Alemanha tem resultados entre 102 e 104 anos. Assim como ilustra o episodio japonês do
sakazuki,
ser centenário irá se tornar um fato cada vez mais corriqueiro.
Lembrando da diferença entre os países, será que este fenômeno é realmente global ou apenas nos países mais ricos esta longevidade seria alcançada? Felizmente, observa-se que os países mais pobres estão avançando a uma velocidade maior que os desenvolvidos, e realmente trata-se de um fenômeno mundial. Se em 1950 a expectativa de vida na África era 25 anos menor que na Europa, em 2019 esta diferença caiu para 15 anos. E se antes a diferença era superior a 40%, agora é menor do que 20%. Podemos concluir que os países mais ricos experimentam o efeito antes do que os mais pobres, mas a diferença está se reduzindo. Se a evolução da longevidade no Japão tem sido de 3 anos e 2 meses a cada década, no Brasil tem sido de 3 anos e 10 meses. Em cerca de 25 anos o Brasil terá atingido a expectativa de vida que o Japão, país mais longevo do mundo, experimenta hoje.
Tudo isso é impressionante, e traz muitas consequências para nós, como indivíduos e como sociedade. Questões como previdência e financiamento da saúde serão temas cada vez mais importantes nas próximas décadas. Parece claro que a vida produtiva das pessoas precisará ser cada vez mais longa, não apenas do ponto de vista do sustento individual, mas também para que o conhecimento acumulado por estas pessoas siga beneficiando a produtividade das sociedades. De um lado, os indivíduos deverão preparar alternativas para o futuro, pensando em lifelong learning, carreiras múltiplas e não lineares, o trabalho criativo como alternativa ao trabalho físico, e o engajamento em projetos em vez de compromissos de prazo mais longo. Estas tendências já são observadas nitidamente nos países mais ricos, e devem ser observadas progressivamente nos demais países, com um atraso de alguns anos.
Do outro lado, as empresas e organizações devem refletir sobre como organizam seus recursos humanos e como acessam este novo mercado do conhecimento. Considerando as discussões sobre etarismo e a dificuldade crescente de profissionais mais maduros se recolocarem profissionalmente, ainda há um difícil caminho pela frente. Se as organizações tentarem utilizar métodos que funcionavam bem no passado, mas que não respondem corretamente a estes novos desafios, não conseguirão realizar seus propósitos.
A
Zinneke está fortemente baseada nestas tendências seculares, e está preparada para ajudar você a criar alternativas para seu futuro, se você é um profissional, e para ajudar você a ter acesso a esta nova economia do conhecimento, se você representa uma empresa. É a clássica situação em que um desafio pode ser convertido numa grande oportunidade. É importante começar o quanto antes.
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Eduardo Rocha acredita na capacidade criativa das pessoas, e facilitar as conexões para que esta capacidade esteja disponível por mais tempo é um belo desafio. É fundador da Zinneke
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