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Os Problemas e as Oportunidades

Eduardo Rocha • jul. 06, 2022

Toda empresa tem problemas para resolver, mas nem toda empresa consegue transformá-los em oportunidades.

Resolver problemas empresariais faz parte da minha vida desde que eu sou capaz de me lembrar. Por causa disso, quando um problema aparece, minha atitude é bastante natural: vamos resolvê-lo!


Mas sempre há mais problemas do que temos tempo e capacidade para resolver, então a segunda reflexão, logo após a disposição de resolvê-los, é enxergar a oportunidade que a resolução do problema traria, para priorizar os temas mais relevantes. Para a Zinneke, problema é sinônimo de potencial de ganho, de oportunidade de melhoria, o que faz com que nossa atitude seja sempre positiva em relação a eles. Mas observamos que nem todo profissional se relaciona com as dificuldades desta maneira, o que nos motivou a escrever este artigo:
Como transformar problemas em oportunidades ?



  • O impacto de um problema vai além dos aspectos financeiros


A forma mais simples de estimar o impacto que a ação de melhoria traria é calcular os custos que o problema acarreta, pois reduzir estes custos é produzir um ganho econômico. Mas há muitos outros impactos positivos: imaginar o mundo sem aquele problema permite identificar impactos até superiores às questões financeiras. Se pensarmos nos vários
stakeholders, vamos encontrar efeitos que vão muito além dos impactos para os acionistas.


Pense por exemplo numa situação em que uma empresa gasta mais energia do que seu concorrente. Além da diferença de custos, que significa menor rentabilidade, há um maior impacto ambiental. Os clientes também podem ser afetados: para competir, é possível que a empresa simplifique outros elementos do produto ou do serviço, para compensar esta diferença, e acabe entregando menos valor ao cliente. A fragilidade do empreendimento é maior, o que aumenta o risco dos empregados e das comunidades.


A chave é identificar esses impactos e considerá-los na maneira como encaramos o problema. Falar dos ganhos financeiros ao mesmo tempo em que falamos das melhorias sociais ou ambientais trazidos pela solução. Ou de como isso poderá possibilitar novos negócios.



  • Nada nesta vida funciona em seu ponto ótimo, o tempo todo


Eu nunca vi, em empresa nenhuma, uma situação de 100% de eficiência. A empresa pode estar operando bem próximo a isso, mas mesmo as melhores tecnologias vão estar a uma distância considerável deste limite. Além disso, há as escolhas, os
trade-offs: se estivermos mais próximos do ótimo em um aspecto, estaremos mais distantes em outros.


Então se identificarmos este ótimo global e nos aproximarmos muito dele, os problemas acabam? Não, gafanhoto: este ponto ótimo vai depender de muitos fatores, inclusive elementos externos que mudam o tempo todo. Sem contar que há uma tendência natural para o desgaste dos equipamentos e dos processos - Entropia.


Então, perseguir permanentemente os problemas em busca de melhorar continuamente nosso desempenho é nosso inescapável destino.



  • E os recursos?


Para resolver problemas precisaremos lançar mão de nosso tempo e de nosso conhecimento, que poderão estar tomados por outras questões. Esta é mais uma razão que justifica entender as oportunidades que estão por trás do problema, para mobilizar os recursos necessários.


Pense no ganho potencial como uma forma de financiamento. Quanto maior o valor do problema, maiores os recursos que fará sentido disponibilizar para sua solução. É pensar nos ganhos financiando o esforço. Uma das formas em que isso é claro são os contratos de risco, cada vez mais comuns no mercado de consultoria. Neste tipo de contrato, parte significativa dos honorários é vinculada ao sucesso do projeto, e a maior parte do custo será financiada pelos ganhos.


E se a situação é tão grave que os investimentos necessários são enormes? “
Meu equipamento industrial está obsoleto e eu teria que investir praticamente tudo novamente!”. Novamente, compreender o máximo potencial faz toda a diferença: em um caso dramático como este, será necessário basear-se nos pontos fortes que você tem e planejar uma situação final em que você estará muito à frente da concorrência, pode não fazer sentido investir apenas para ser mais um no mercado. O desafio é ainda maior, mas pode se justificar se você tem vantagens em outros aspectos. E, de qualquer forma, ilustra o ponto de que falamos antes: seu equipamento provavelmente não ficou obsoleto de um dia para o outro. Pense na obsolescência como um acúmulo de problemas não resolvidos.



  • Se não der para resolver, sempre dá para melhorar


Mas e se a solução é muito custosa ou nem está disponível? Isso realmente acontece, e à medida que nos aproximamos dos 100%, o custo de cada fração de melhoria cresce muito. Para estes casos, manter-se no ponto ótimo já é um investimento considerável. Mas a boa notícia, se sua distância ainda é grande, é que você conseguirá grandes avanços com relativamente menos recursos. Sair de 80% para 90% é relativamente mais fácil.


Uma das razões que explicam esta maior facilidade para quem está mais distante é a possibilidade de queimar etapas. Imagine que uma tecnologia foi substituída por uma evolução A, e anos depois por uma solução ainda melhor, que vamos chamar de evolução B. Pode ser possível que aquele que ainda utilize a tecnologia básica salte diretamente para a evolução B. E isso pode ser suficiente, se você é líder em outros aspectos.



  • Um problema identificado e endereçado: o plano de ação


Mas como transformar realmente um problema em oportunidade? A chave é o plano de ação. Que começa com dois pontos fundamentais.


O primeiro ponto é a identificação do problema, o que não é trivial: os problemas podem estar ocultos, ou então as consequências visíveis podem levar a um diagnóstico incorreto. É por isso que um problema identificado é algo positivo, tem mais valor do que as meras “dores”, que são mais visíveis.


O segundo ponto é o “endereçamento” do problema. Como ele será atacado? Com que recursos? Em que prazo? Qual a metodologia? Como o sucesso será medido? Quais as relações com outros aspectos da empresa? Todos estes elementos são fundamentais para que o problema seja realmente resolvido.



  • Seja o primeiro a identificar o problema


Se a identificação do problema é tão importante e valiosa, seja o primeiro a fazer isso. Encontrar uma oportunidade potencial é um presente para qualquer negócio. Apresentar o problema juntamente com uma solução (ou pelo menos uma pista) tem sido a explicação do sucesso profissional de muitos.



  • A culpa não é minha! 


Pode ser que você esteja pensando: “
Mas Edu, se você acha que apresentar um problema seria uma coisa bem vista, deveria falar com os mensageiros que foram mortos ao entregar a má notícia!”. Este é um ponto importante, que eu acho que explica porque muita gente prefere olhar de lado, fingindo que o problema não existe. Duas coisas acontecem quando você faz isso: a primeira é que o problema dificilmente vai se resolver sozinho; o mais provável é que o problema se agrave. A segunda coisa é que se você se omite, passa a fazer parte do problema. A pessoa que mata o mensageiro é provavelmente alguém que já sabia, e sua frustração vem do fato de que não poderá mais manter a situação escondida.


E se o problema estiver na sua área de responsabilidade? Não seja aquele que contribuiu para que o problema sobrevivesse, e não mate o mensageiro. Encontrar problemas quando já estamos acostumados com a paisagem é ainda mais difícil, e um profissional que consegue quebrar este ciclo demonstra sua capacidade, sua responsabilidade e seu comprometimento.



Se você tem problemas na sua organização (há alguém que não tenha?),
fale com a Zinneke. Nós vamos ajudar a transformá-los em oportunidades implementadas.


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Eduardo Rocha acredita que a mudança e a transformação dos negócios passa necessariamente pelas pessoas. Fundou a Zinneke com o propósito de integrar estas agendas em todo projeto de consultoria.



#problemas #melhoriacontinua


Photo by engin akyurt on Unsplash. Thanks!


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